quarta-feira, 24 de março de 2010

Hong Kong e Macau

Para já, peço desculpa de já não escrever há tanto tempo (mesmo que quase ninguém leia). A verdade é que, depois de voltar da fabulosa viagem que fiz e que irei relatar umas linhas mais à frente, tive problemas com o computador, a certa altura avariou e, depois de ser eficazmente reparado ali no 百脑汇, andei de novo com problemas para conseguir entrar nos sites proibidos da China (um à parte, o Google é que foi esperto, não? Até eu me mudava para Hong Kong!) Por fim, para ajudar,das últimas três vezes que tentei deixar aqui este texto, Hotspot fez o favor de se desligar a meio…

Seja como for, vamos ao que realmente importa!

Hong Kong! Sim, é disso que vos vou falar, escrever. Fui a Hong Kong e Macau (香港,澳门). Um grupo de 5 pessoas largou 天津 e aventurou-se pela China na altura do Ano Novo Chinês (not a very smart thing to do but it was fun!).

Como devem saber, e se não sabem eu explico, 天津 fica no Norte da China. Hong Kong é lá em baixo, como nós dizemos. Como chegámos nós lá? Aí é que está! Que aventura. Primeiro, passámos horas na neve para conseguir os bilhetes de comboio (bilhetes de avião eram demasiado caros). Fizemos turnos: vinte minutos, eu e a Rosa na fila, outros vinte minutos por conta da Bá, Kiyoshi e Cata. Ali perto havia um KFC (como nós o adoramos) e por lá ficávamos a aquecer-nos. As filas eram enormes. Chegámos às nove da manhã e conseguimos os bilhetes por volta da uma e meia da tarde.

Partimos durante a noite. Apanhámos um comboio para 深圳. A primeira parte da viagem seria passar 33 horas num comboio sem que o tédio nos matasse. Os bilhetes que compramos eram bilhetes de cama dura. Na China existem 4 tipos de bilhetes de comboio: bancos duros, são bons para pequenas viagens de uma, duas horas, no máximo; bancos moles, confortáveis para longas viagens; camas duras – bons, dormi mesmo bem nelas, e são também os mais difíceis de arranjar; e, por fim, camas moles, cuja diferença é oferecerem mais privacidade, visto que têm uma porta ao contrário das camas duras, e, em vez de cada compartimento ter seis beliches, tem quatro.

Acho que todos aqueles que quiserem viajar pela China devem passar pelo menos uma noite num destes comboios. Temos outra perspectiva sobre o país depois de vermos o contraste entre uma cidade com 10 milhões de habitantes e uma aldeia com 15 ou 20 casotas por pintar.

Ao chegarmos a深圳, esquecemos o frio que se vivia em天津 e corremos a apanhar o metro que nos levaria à fronteira entre a China e Hong Kong. E que fronteira! Parecia que tínhamos entrado noutro país.

Já na cidade, a primeira sensação que tive foi de que estava de volta a Londres. E, como muitos de vós sabem, essa é provavelmente a minha cidade favorita fora de Portugal. Numa frase, Hong Kong é a Londres do Oriente. É mais pequena, mas muito alta. Cheia de arranha-céus que durante a noite iluminam a cidade. Guia-se pela esquerda e as passadeiras assinalam em Inglês (tal como em Londres) e em Chinês qual o lado para que devemos olhar. Quase todos os habitantes falam um pouco de Inglês, o que facilita a vida a todos os estrangeiros. Apesar de ser uma grande cidade, as ruas são mais limpas do que na China e as pessoas são mais simpáticas para com os estrangeiros (até porque estão habituados a eles). Ao contrário da China, as lojas começam a abrir por volta das nove e meia, dez da manhã e as ruas ainda estão cheias de gente por volta da meia-noite. Não há censura!

Apesar do bom tempo (atenção que, para quem abandonou uma cidade cuja temperatura máxima era -5 ºC e chega a outra cidade em que a máxima são 14 ºC, estava muito bom tempo!) , no fim apanhámos algum nevoeiro.

Vou deixar algumas fotos dos locais por onde passámos, outras não deixo porque infelizmente, muitas delas perderam-se. Infelizmente as que tinha da última noite em Hong Kong, em que fomos à Avenue of Stars, foram as que desapareceram todas, pelo que não vos posso mostrar as mãos do Jackie Chan ou a estátua do Bruce Lee. Mas, garanto, estive lá!

Para irmos passar um dia a Macau, saímos pela manhã e apanhámos o ferry. Estávamos muito felizes porque achávamos que depois de aqui estarmos à tanto tempo, íamos poder comer pasteis de nata e outras iguarias do nosso país. Infelizmente, Macau foi uma desilusão. De certa forma, sentíamo-nos em casa porque As ruas lembram Lisboa ou o Porto, os sinais estão em Chinês e Português (se bem que parece que lá o acordo ortográfico já entrou em vigor) mas não se ouvia uma única palavra em Português. As mercearias tinham muitos produtos portugueses e eu comprei algo que não se encontra na China: um ovo Kinder! Infelizmente, os pastéis de nata de Macau são iguais ao resto da China… Só quando chegar a Portugal é que vou comer um em condições!

À noite, Macau transforma-se. Deixa de ser Portugal. Os casinos enchem-se de cor e a cidade surge como uma Las Vegas em miniatura.

A viagem terminou depois de outras 33 horas de volta a Tianjin.

Uma coisa ficou decidida: vou voltar a Hong Kong. Pode não ser este ano, mas ainda há muita coisa que quero ver.

A próxima viagem, que relatarei daqui a uma semana, ainda não aconteceu, mas será a realização de um sonho de há muitos anos!

Aguardem novidades.

Liebend

P.S.: Aqui ficam uns videos para saborarem um pouco mais.